A Varanda de Regina
Juntou os vários pedaços de madeira que encaixaram como puzzle de solidez; e eis que uma mesa surgiu - pequenina, quadrada, útil.
Rodeou-a de duas cadeiras e animou, uma delas, com o seu corpo em fim de tarde de verão!
Havia um sabor a livros, a lanche e a céu.
Um pensamento urgente invadiu-lhe as células da crítica: - Que fizeste da Regina?, interpelou-se.
E foi-lhe brotando um sentimento de poder; de poder voltar à potência das palavras... Olhou-se e achou graça ao seu corpo aquietado, deslizando pela cadeira lânguida. Pensou no universo que, agora mesmo, estava a construir - uma casinha/varanda com apenas 8m2, mas onde nada faltava: vasos de cactos, as suas plantas favoritas (por se lhe assemelharem!), um céu garantido diariamente, uma serra que continuava a dar-lhe o mote das manhãs verdes e, como havia referido, letras para comer, beber, para se embebedar de literatura!
Foi deixando a noite entrar paulatinamente e, quando se apercebeu, uma estrela acenava-lhe de forma brilhante e cúmplice, dizendo: - Vive esse sossego de fim de dia; amanhã, se quiseres, terás muito mais. Inventa a tua vida porque nada mais vale a pena! A existência é para ser sonhada; é por isso que os artistas, mesmo quando morrem, continuam a existir como estrelas eternas!!!
2 Comentários:
Às 20 de agosto de 2007 às 12:33:00 WEST ,
Anónimo disse...
Ainda bem que voltaste, Regina, às letras e às imagens! :-)
"Havia um sabor a livros, a lanche e a céu." - Tão bom... Quase me soube a chocolate quente, torradinhas e casaquinho confortável! Quero ir à tua varanda!
Beijinhos!
Às 18 de outubro de 2007 às 22:57:00 WEST ,
Anónimo disse...
A existência é para ser sonhada... vivida. Como concordo contigo, Regina!! Um dia serei uma estrela e brilharei mesmo depois de morrer! Prometo :)
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial