regina - nome de chocolate e de mulher

30 julho, 2005

Sorriso não digital

Hoje a Regina saiu sozinha e aconchegou-se ao que via, num sábado de semblantes em férias.
Casais de todas as idades tinham tirado o dia para se entreolharem sem recriminações e os corpos deslizavam pelos jardins pintados com relva de tréguas.
À sua volta havia um enorme espaço habitado de uma presença ausente. Falou longamente com aquela ausência viva sobre as impressões sensoriais que as coisas sempre lhe causavam e dialogou sobre assuntos de plantas, água e viço!
Sentia um conforto feito da certeza de que não ia irromper em gestos de impulsividade, com nada nem com ninguém, mas vestia-se de uma nostalgia que lhe ensombrava, agora, os sonhos que abortaram, ainda os beijos mal lhe tinham começado a brotar da boca...
E foi neste labirinto de futuro incerto, a que nunca se tinha habituado, mas que a si própria agora se impunha, fruto de males que a deterioravam e que nem ousava rever, que caminhou em passo quase firme, perguntando a si mesma: - Onde vais, então, aninhar as tuas tristezas peculiares e quotidianas?
Como resposta, obteve um secreto sorriso meigo guardado em forma de fotografia digital...

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