Sem Muros
"Não devemos voltar a um lugar onde fomos felizes", disse Agatha Christie.
Regina concordava, teoricamente, com tal afirmação, mas a sua prática ondulava-se nos meandros da memória e ela fazia surgir, amiúde, lugares e pessoas, em ecos de vai e vem, numa limitação de felicidade que lhe desfocava o presente.
Agora estava disponível para a fruição da presença de pessoas e lugares, com os quais podia ter uma visão mais nítida, não retrospectiva.
E o que estava para trás enterrou-o, num silêncio não fúnebre, dizendo: - Basta!!!
Não mais voltaria aos lugares onde já ninguém permanecia - assim, desta forma, com a objectividade de cada conceito...
Derrubando o seu muro de lamentações, erguia as tréguas das suas batalhas expiradas.
1 Comentários:
Às 17 de fevereiro de 2007 às 10:21:00 WET ,
Anónimo disse...
O momento presente é, de facto, o único em que podemos construir a nossa história!! Voltar ao passado?... pode ser necessário. Mas apenas para procurar a raíz dos sofrimentos presentes... para compreender que nem sempre os sapos se transformam em príncipes quando beijados ... nem sempre o amor pode transformar a dura carapaça que estes construíram. Voltar ao passado? Talvez seja importante, de vez em quando... para nos resituarmos. Para, por exemplo, dizermos para nós próprios que se pudéssemos recomeçar, viveríamos a nossa vida de forma diferente... mas, agradecendo ao mesmo tempo, as possibilidades que se abriram, precisamente por termos vivido exactamente a nossa história real. Contudo, é NO PRESENTE que importa construir. Com coragem, determinação e vontade firme, o futuro!! Sabes, Regina, de vez em quando inspiras-me a fazer dissertações longas demais para um comentário num blog! Desculpa!!
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