Atracção
Olhava-a num desafio de semblante mansamente interrogativo. Percorria o seu corpo com um olhar de cacau quente, envolvente e reparador.
Quem és?, pensava Regina, questionando aquele ser, numa linguagem não verbal de encontro pontual, fugidio, mas atento.
Aquele olhar fixava-se persistentemente nos seus braços, como a querer tocar-lhes com ousadia...
À volta, o mundo construía-se em tecidos coloridos, cheirando a novo, ansiando a festa!
Mas era aquele olhar, de cacau quente, insisto, que fixado nos seus braços, a não demovia dali.
- Dá-me essa pulseira!, disse-lhe então a menina de cabelos enrolados em vaidades e laços de mãe zelosa.
E ficou-se por ali, sem mais olhar Regina, concentrando-se a contar todas as contas da sua nova prenda azul celeste, como quem vai percorrer a vida acreditando sempre em contos simples, porque com final feliz, contados com a cadência de gestos enfeitados de mãos.