Tatuagens em metamorfose
Em frágil barco, Regina entrou nas albufeiras do seu olhar, cor de água mansa, e foi deslizando pelas palavras daquele ser, que lhe saíam em correntes de nascente e de foz.
Com ele percorreu os rituais de conforto de mesa posta para o diálogo de silêncios, de aromas e de texturas de um Alentejo perene. Provou, como em fotografia, o colorido do pão e os condimentos de ervas e de chão.
E contou cinco – cinco seres em consanguinidade de vida, com a certeza de, eternamente, viverem entrelaçados uns nos outros, numa simultaneidade de cuidados que não sabia como apelidar! Filhos que eram pais e mães uns dos outros; pais que eram filhos, numa brincadeira de vai e vem de tempo ao contrário.
E viu-o florido de letras, palavras e frases, que se aconchegavam à sua pele, como tatuagens em constante metamorfose.
José Luís, trinta e alguns anos de existência, muitos milhões de segundos para habitar a vida e vestir a sua casa de dicionários de olhares em sabedoria de gargalhadas, que lhe dão a filosofia dos dias. É que, quando não fala, ri com lucidez, através de um semblante sempre sereno, em constante jogo de contrastes de terras de alegria e de crueldade do mundo.
Regina foi escrevendo o seu texto nos neurónios da emoção e quando o escritor se calou, pensou em surdina: - Quero, para sempre, este agora que ficará guardado na gaveta das coisas sem matéria; será gravado mesmo por dentro dos veios da madeira do ser.
Com ele percorreu os rituais de conforto de mesa posta para o diálogo de silêncios, de aromas e de texturas de um Alentejo perene. Provou, como em fotografia, o colorido do pão e os condimentos de ervas e de chão.
E contou cinco – cinco seres em consanguinidade de vida, com a certeza de, eternamente, viverem entrelaçados uns nos outros, numa simultaneidade de cuidados que não sabia como apelidar! Filhos que eram pais e mães uns dos outros; pais que eram filhos, numa brincadeira de vai e vem de tempo ao contrário.
E viu-o florido de letras, palavras e frases, que se aconchegavam à sua pele, como tatuagens em constante metamorfose.
José Luís, trinta e alguns anos de existência, muitos milhões de segundos para habitar a vida e vestir a sua casa de dicionários de olhares em sabedoria de gargalhadas, que lhe dão a filosofia dos dias. É que, quando não fala, ri com lucidez, através de um semblante sempre sereno, em constante jogo de contrastes de terras de alegria e de crueldade do mundo.
Regina foi escrevendo o seu texto nos neurónios da emoção e quando o escritor se calou, pensou em surdina: - Quero, para sempre, este agora que ficará guardado na gaveta das coisas sem matéria; será gravado mesmo por dentro dos veios da madeira do ser.