regina - nome de chocolate e de mulher

02 abril, 2006

Penso, logo SOU

A cortina que esvoaça numa diurna sonoridade de pássaros marca-lhe o ritmo do pensamento e Regina deixa-se ficar, poisando-se em tarde de primavera que esqueceu invernos e severidades. E vai tecendo sonhos de cortina branca - sonhos translúcidos com contornos vagos, acetinando as palavras que, hipnoticamente, para si balbucia: tarde, músculos preguiçosos, maciez de pele, sonolência de olhos mansos - tréguas!
Como é reconfortante possuir células que sabem diluir relógios escorridos de ponteiros, escreve em morno e semicerrado olhar.
Regina senta-se no trono da sua luta e descansa, agora, deixando deslizar o manto, aveludado de púrpura, pelos contornos das suas formas sinuosas, para assim voltar a caminhar, segura, numa nudez inscrita de pensamentos, rumando até ao Parténon da sua cultura, semeada de Filosofia Grega e agradecendo, aos homens, a graça do discernimento.
À Grécia irá confirmar o que, há trinta anos, vem aprendendo - que o Homem (ser humano) é a medida de todas as coisas.
E, para o que der e vier, ela tem a humanidade toda inscrita em cada poro, que partilha com os outros em osmose, quantas vezes inventada!...