Viver
Não riscamos a vida - arriscámo-la!
Crescemos por dentro
das nossas mães,
navegando em barcos
de sonho pré-natal...
Mergulhámos nas ondas de um corpo,
que... só poderia ter sido mesmo aquele!
E é aquele corpo,
e é aquele ser que,
paradoxalmente,
se despede de nós
e nos dá as boas vindas
na “boa hora” da luz.
Passámos a partilhar mãe, pai e irmãos,
“os nossos”, como se diz,
numa intimidade inata de desejos consanguíneos.
Olhámos o mundo
tacteando, fragilmente,
acasos e caos diários.
Recusámo-nos marionetas!
Articulámos os nossos gestos
com o ritmo da nossa vontade -
- por vezes frouxa,
por vezes desistente...
Mas sempre nos fomos reerguendo
no orgulho discreto de sermos nós!
Caminhámos para os outros,
esboçando palavras em beijos,
dando beijos com palavras,
num crescendo de trinta e muitos graus de ternura.
E, com um
corpo-natureza,
corpo-doçura,
corpo-leveza,
florescemos vida fora,
em cumplicidade de árvores verticais,
com ramos que se entrelaçaram nos outros,
numa utopia de sorridente união!
(O abraço que transporta uma floresta de emoções...)
E um dia, no nosso rosto,
há-de estampar-se quase toda a esperança,
porque os sonhos não se vendem
em perfumarias assépticas de rugas...
Essa é a sabedoria do tempo,
e que também vem nos jornais,
nos livros,
nos diálogos,
na reflexão!
Tendo a certeza de que o nosso corpo,
o nosso ser,
o nosso eu,
por mais que a razão perceba,
que a vontade queira,
a sensibilidade grite,
a linguagem se exprima,
a emoção se avive
e a inter-relação fecunde,
o nosso corpo
o nosso ser,
o nosso eu,
não viverão eternamente...
Mas haverá sempre um pulsar,
um respirar,
uma vida em nós,
até que a morte,
insidiosa e efectivamente,
não nos separe...
de nós!
Crescemos por dentro
das nossas mães,
navegando em barcos
de sonho pré-natal...
Mergulhámos nas ondas de um corpo,
que... só poderia ter sido mesmo aquele!
E é aquele corpo,
e é aquele ser que,
paradoxalmente,
se despede de nós
e nos dá as boas vindas
na “boa hora” da luz.
Passámos a partilhar mãe, pai e irmãos,
“os nossos”, como se diz,
numa intimidade inata de desejos consanguíneos.
Olhámos o mundo
tacteando, fragilmente,
acasos e caos diários.
Recusámo-nos marionetas!
Articulámos os nossos gestos
com o ritmo da nossa vontade -
- por vezes frouxa,
por vezes desistente...
Mas sempre nos fomos reerguendo
no orgulho discreto de sermos nós!
Caminhámos para os outros,
esboçando palavras em beijos,
dando beijos com palavras,
num crescendo de trinta e muitos graus de ternura.
E, com um
corpo-natureza,
corpo-doçura,
corpo-leveza,
florescemos vida fora,
em cumplicidade de árvores verticais,
com ramos que se entrelaçaram nos outros,
numa utopia de sorridente união!
(O abraço que transporta uma floresta de emoções...)
E um dia, no nosso rosto,
há-de estampar-se quase toda a esperança,
porque os sonhos não se vendem
em perfumarias assépticas de rugas...
Essa é a sabedoria do tempo,
e que também vem nos jornais,
nos livros,
nos diálogos,
na reflexão!
Tendo a certeza de que o nosso corpo,
o nosso ser,
o nosso eu,
por mais que a razão perceba,
que a vontade queira,
a sensibilidade grite,
a linguagem se exprima,
a emoção se avive
e a inter-relação fecunde,
o nosso corpo
o nosso ser,
o nosso eu,
não viverão eternamente...
Mas haverá sempre um pulsar,
um respirar,
uma vida em nós,
até que a morte,
insidiosa e efectivamente,
não nos separe...
de nós!
Que saibamos viver este Natal, como podendo ser o último para todos nós, pensou ela - o último , o mais precioso, o mais voluntário, o mais humano.