regina - nome de chocolate e de mulher

14 abril, 2007

Suborno...

Vai uma família para férias - uma mãe, um pai e dois pequenos filhos!
Escolhem um destino - a Ilha da Madeira, com as suas imponentes ravinas e os seus horizontes de água mansa...
A alegria é comum a todos - descontracção de músculos e pensamentos.
O tempo está cálido e os sorrisos dão-se sem tempo.
As crianças brincam ao faz-de-conta e, num segundo imperfeitamente real, uma delas cai, com corpo quente e suado, ribanceira abaixo, deixando as suas humanas marcas, de pedra em pedra...
Corpo que arrefece, mas que pulsa; cuidados intensivos para dar vida a um ser entre esta e qualquer coisa de negro e silencioso.
À medida que os dias vão passando, retoma-se a voz, recrudesce a esperança.
Um menino que se reanima e reaviva.
Regina, inventando um timbre firme e nada vacilante, aconchega com palavras uma mãe que, naquela ilha, anseia por exorcizar pesadelos.
É em alturas como esta que Regina lamenta não acreditar em deus, fosse ele qual fosse, para o subornar com doces, com sorrisos, com uma sussurrante frase: - Que este ser não se vá, como foram dois dos seus irmãos!